mecânico monta aerobarco
Mecânico se inspira em filme que viu há 20 anos e monta aerobarco
13/12/2012 11h26 – Atualizado em 13/12/2012 13h00
Mecânico se inspira em filme que viu há 20 anos e monta aerobarco. Embarcação pode atingir até 50 quilômetros por hora, diz mecânico. Invenção ainda não foi registrada na Marinha do Brasil.
Paula Casagrande, do G1 RO
O mecânico Marlei Martins Sartor, de 44 anos, resolveu criar um aerobarco com fibra de vidro e resina. A ideia surgiu há 20 anos quando Marlei viu o modelo em um filme. Na internet conseguiu outras inspirações. “Achei uns vídeos da embarcação na internet e um projeto americano do modelo que queria, de onde tirei as medidas”. O aerobarco de Marlei ainda será registrado na Marinha do Brasil para poder navegar. Marlei é de Marialva (PR), mas mora em Pimenta Bueno (RO) há 40 anos.
O aerobarco começou a ser projetado em agosto de 2011 e está pronto. Toda a estrutura foi montada dentro das normas exigidas pela Marinha do Brasil, de acordo com o criador. “No site da Marinha do Brasil tinha as especificações para a construção de barcos. Como o que eu fiz tem um pouco mais de quatro metros, não precisei consultar um engenheiro naval”. O barco de Marlei mede 4,4 metros, pode atingir a velocidade de 50 quilômetros por hora e custou cerca de R$ 10 mil.
“O material do qual ele foi construído é muito caro. A fibra de vidro é um material melindroso, que precisa ser modelado igual à lataria de um carro, então nós fomos mexendo aos poucos. É demorado e perigoso para a saúde”, afirma o mecânico.
Os aerobarcos têm estrutura plana, sem teto e com hélice em sentido vertical na parte traseira, o que dá mobilidade ao equipamento. Modelos de aerobarcos são comuns em áreas pantanosas ou rasas pela sua fácil mobilidade. “Se eu fosse construir modelos para vender seria com alumínio, pois é bem mais barato e mais rápido de fazer”, diz Marlei.
Marlei afirma que ainda não pensou em fabricar aerobarcos para vender, mas caso surja alguma proposta, os planos podem mudar.
O modelo a álcool tem lugar para cinco pessoas, possui motor AP 1.8 de um Santana comprado em um ferro velho.
A embarcação não está documentada. “O barco ainda está em fase de testes, mas, quando estiver pronto, vou correr atrás da documentação, como fiz com o reboque, que já está com a documentação toda pronta junto ao Detran. Também pretendo tirar a permissão para pilotar barcos [Arrais]”.
De acordo com Max Roberto dos Reis, sargento da Marinha do Brasil, apesar de ser considerada de porte pequeno, a embarcação construída por Marlei terá que ser registrada junto ao órgão para poder navegar.
“Por medir menos de seis metros não precisa da assinatura de um engenheiro naval, mas ainda assim, por funcionar com um motor, deverá ter um registro junto à Capitania dos Portos. Deve passar por inspeção naval e vistoria para poder navegar pelos rios da região. O não cumprimento destas normas pode gerar transtornos e multas”, explica o sargento.
A Marinha não soube informar se há outro modelo de aerobarco construído pelo próprio dono, como o de Marlei. “Não achamos nada parecido por aqui, creio que sou o primeiro a fabricar algo do tipo. Ele ainda não tem nome, mas estou pensando em algo como Aerobarco Pimenta. Aceito sugestões”, conta rindo.